Balanço de ano novo

Estamos terminando a primeira semana de 2019 e eu ainda estou fazendo o balanço do ano que acabou… provavelmente o mais louco da minha vida, diferente de tudo que já tinha vivido.
Viajei sozinha pela primeira vez. Sem destino certo, sem passagem de volta… e foi assustadoramente espetacular.
Eu me separei, depois me apaixonei.
Fui internada. Fiquei mais doente do que gostaria. O jeitinho que o nosso corpo dá pra parar a gente.
Montei um apartamento que tem a minha cara e que virou meu templo.
Venci barreiras. E depois tive medo, ao vê-las caídas ao chão. Se reinventar é delicioso, mas aterroriza também.
Fui feliz. E a visão da felicidade — multicolorida — às vezes assusta mais do que a segurança de dias cinzas e iguais. Mesmo assim, não me fechei pra felicidade. Segui em direção ao desconhecido, com medo mesmo. Ele ainda me morde, mas não me engole mais.
Tive noites incríveis e dias péssimos.
Arrastados.
Depressivos.
Sem direção, nem vontade.
Sem impulso de sair da cama (quem vê as nossas noites bem-vividas não imagina as manhãs difíceis que temos… mas já diria Caetano que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”).
Dividi momentos com pessoas especiais, (re)conheci gente que quero levar comigo.
Também saboreei a solidão, apesar de ter sido frequentemente pressionada a achar um par.
Nunca passei tanto tempo sozinha como em 2018. Dias que foram como visitar um parque de diversões: numa hora, os altos e baixos da montanha-russa, em outra, a monotonia do carrossel. Andando sem sair do lugar, ou parada numa fila interminável que vai sei lá pra onde. O labirinto dentro da gente tem caminhos misteriosos!
Sigo procurando sair do frenético parque de diversões e encontrar meu pátio de colégio — minha hora do recreio. A calmaria que tanto gosto. Meu porto seguro dentro de mim, comigo mesma.
2018 foi um ano de passagem. Foi meu portal. Momento de repensar a vida, tomar fôlego e impulso, me preparar pro que vem por aí. Que venha!

Janeiro, 2019